Hoje apetece-me cantar, recordar e dançar...dançar muito!
Apetece-me homenagear, dar louvor ao talento.
Partilho uma reivenção fantástica, interpretada pela Daniela Mercury.
Eu estive lá e posso dizer que foi...divinal.
Até Já
Bu
Hoje apetece-me cantar, recordar e dançar...dançar muito!
Apetece-me homenagear, dar louvor ao talento.
Partilho uma reivenção fantástica, interpretada pela Daniela Mercury.
Eu estive lá e posso dizer que foi...divinal.
Até Já
Bu
Eu podia acordar hoje e ser rei, até podia comandar um exército. Podia.
Sem saber quem sou acordo e todo o meu dia gira em volta do ser que habita em mim, até podia perguntar quem sou. Podia, mas sou rei.
A tropa avança á minha ordem, todos seguem as instruções dadas.Eu podia ir para a batalha. Não fui. Talvez pudesse sair vitorioso. Talvez.
Hoje podia amar, podia ser as letras que preenchem as páginas da tua vida. Podia, mas não me permito a isso.
Queria ter asas, queria voar para bem longe. Ir ao teu encontro, pousar em terreno sereno e deleitar-me em ti. Queria.
Podia ter tomado decisões mais correctas, optado por caminhos mais fáceis, contornado obstáculos, usufruido mais. Podia ter chorado menos, cantado mais. Podia, mas não o fiz.
Podia ter-te tido só para mim, ariscado mais. Podia ter-me declarado, podia ter enfrentado o medo, a desilusão. Eles dominaram-me. Podia, mas não consegui.
Sem saber o que o futuro me reserva vivo. Sem saber o que a vida me trará percorro caminhos incertos. Sinto que a caminhada é longa. Não posso prever.Gostava.Mas não posso.
Eu podia ter usado mais as palavras, podia ter sido mais afectuoso, menos rude e intransigente. Podia ter sido mais carinhoso, mais simpático, mais tolerante, menos bondoso. Podia.Não fui.
Podia ter vibrado mais ao som de melodias, podia ter escrito o livro da minha vida. Ouvi sons estranhos e escrevi um livro inacabado.
Podia ter-me definido, criado os contornos certos para permanecer intacto e tornar a minha existência memorável. Fiz riscos intercalados, leves e quase imperceptiveis.
Não sei se ficarei na memória dos vivos, não sei se marcarei uma época. Sei que existi. Podia mudar isso? Podia.
Eu podia mudar o mundo, acabar com as guerras, por termo á fome e eliminar a pobreza.
Eu podia criar a felicidade, distribuir riqueza, proporcionar bem estar e acabar com a morte.
Podia eliminar a tristeza, as doenças, o racismo e a maldade. Podia, mas não sou Deus.
Podia dizer adeus, viajar e desfrutar da vida esquecendo o amanhã. Podia, mas sou realista.
Podia dizer que sou rico, que sou famoso, mas isso faria de mim presunçoso.
Podia dizer que não te amo, que não te admiro e que te venero. Podia, mas isso faria de mim mentiroso.
Eu, o ser mais incompleto, a alma mais abstracta podia ser tudo. Decidi ser nada.
Podia ter tudo, decidi ter pouco. Podia ser tudo, decidi ser eu. Podia morrer hoje, decidi viver.
Eu podia...
Até Já
Bu
Hoje o desafio é adivinhar!
Será um anúncio:
a) a uma nova pastilha elástica!
b) a uma nova marca de preservativos com sabor!
c) a uma nova tinta de cabelo!
O vencedor terá um super mega prémio.
Até Já
Bu
Hoje a conversa de copa andou muito á volta das grávidas, do seu mundo, dos seus hábitos, da sua roupa, do seu sofrimento.
Sim, eu cá acho que é um sofrimento. Não me venham falar de que é bonito, encantador. Qual estado de graça qual quê. Estado de desgraça, isso sim!
O que mais preocupava uma colega era a roupa. O que irá ela vestir quando ficar grávida?
Roupas largas?Calças remendadas? Chinelos rasos? E que dizer das fantásticas e sensuais meias de descanço?
Há quem diga que há uma panóplia de opções. Eu cá acho que só há a prémamã...
E as transformações fisicas?
É que se existem as abençoadas pelo senhor, que têm a prenda e ficam deslumbrantes, há aquelas que ao 2º mês já não se podem mexer porque engordaram 30kg, ao 4º mês têm um peito tão grande que podiam vender a matéria prima para a lactogal e ao 6º já são a rainha das formigas, deitadas e a ser alimentadas pelo seu escravo ( ou escravos!).
Depois vêm as pernas cansadas, os desejos, as insónias, as cólicas renais, a ausência de ferro, de cálcio, de humor, de tudo!!!
Ficam chatas, lamechas, exigentes e insolentes! Deixam de ter vaidade, auto-estima, vontade de sair, de namorar. Passam noites no novo quarto do bébé, dias a comprar roupas para zero anos, como se isso fosse idade.
Passam os fins de semana em casa da mãe a aprender truques, a ver os álbuns de criança.
Vão para os parques ver as outras mães e ficam dias a ler livros sobre como cuidar das suas crias.
E nós? Os homens que ajudaram na coisa? Perdem a sua mulher esbelta. Ganham um pipo, que nem vinho trás!
Depois disto ainda acreditam que quero ser pai?
Ou ainda sentem vontade de ter um filho?
Vá, uma coisinha bonita para me redimir de tanto disparate!
Até já
Bu
Sei que tudo passa
que é vão
que tudo é simples
que a vida é ilusão
sei que tudo vem e que tudo vai
que tudo aparece
mas a minha vida é um dom.
Sei que sou feliz
sei que sou apaixonado
sei que sou alegre
sei que falo
sei que respiro
sei que quero cantar
sei que quero viver
sei que quero estar
sei que o quero ser
não sei o que vai ser
e o meu medo é perder.
Em mim habita a imensidão
o lugar calmo, brando
onde começa a refexão
onde vive o pensamento
a pausa para o adormecer
a pausa para o descansar
e quando todos forem
eu vou cá estar
porque eu sou assim
irrequieto, insolente,
insatisfeito, descontente
porque sou sonhador, lutador
porque nasci assim
sou um perdoador.
Quando estou triste canto
quando estou alegre canto e danço
quando estou triste choro
quando estou alegre choro e rio
quanto estou triste quero estar só
quando estou alegre não tenho dó
quando estou triste o meu semblante é pesado
quando estou alegre o meu peso transborda as medidas
quando quero estar aqui estou ali
quando quero estar ali venho para aqui
porque isto são incertezas
porque isto são duvidas
porque isto são mágoas e lamúrias
porque isto são experiências, vivências
porque hoje quero amar
amanhã quero estar
hoje quero viver
amanhã quero...
amanhã quero...
amanhã quero desfrutar
vou aproveitar, vou mesmo
vou
e vou já
ja volto...
Bu
Hoje partilho convosco uma ida ao ginásio.
2 mulheres, 1 homem. Fim de dia.Saída do trabalho.Um ginásio.Muitas pessoas.
Aquilo que vão ler foi baseado em factos veridicos (apenas com nomes alterados!)
Pedro sai da empresa, apressado, pois as suas colegas fizeram o favor de sair primeiro.
Os homens têm de ser cavalheiros, esperar pelas senhoras, porque senão o fizerem são um imbecis. Uma mulher tendo outra como companhia nem espera. Já tem com quem falar sobre a cena entre uma colega e o seu superior e do conjunto de lingerie que comprou para usar no sábado á noite. Chamam a isto o quê?
A meio do caminho Pedro encontra Joana e Marisa.
Joana, uma trintona (ona ona) bastante bem conservada, pele morena, voz forte e atitude implacável. Sempre com resposta na lingua.
Marisa, também já nos trinta, mas a iniciar. Bonita, simples mas com um toque de sensualidade natural. Sabem, não faz nada para o ser mas corre-lhe no sangue.
Algum toque de inocência, de humor refinado.Calma.
Bom, o Pedro lá se cruza a meio do trajecto para o ginásio com as duas colegas.
- "Ainda aqui?Já deviam estar vestidas e a correr", exclama.
Joana responde logo, ao mesmo tempo que apaga o seu centésimo cigarro do dia:
- "A culpa é da Marisa que anda como uma lesma e despede-se de toda a gente antes de vir embora. A culpa é dela".
Pedro: "Oh Joana, isso é simpatia, é simpatia".
Joana: "Tá bem, mas ela também anda devagar".
Pedro: "Isso é preguiça, preguiça".
Marisa: "Não, não me despeço de todos, só de alguns. Mas tá mal, devia despedir-me de toda a gente".
Joana: "Deixa lá isso".
Elevador acima lá se fala na aula de localizada que deixou a Marisa de rastos.
- "Não posso, reclama ela. Não posso ir tantas vezes. Tou toda dorida.Se eu fico assim imagina tu Pedro".
Pedro: "Está bem, mas tu és corpalhuda".
Completamente de rastos e quase ofendida Marisa diz a Joana: - "Tás a ver?Ele a dizer isto?Já viste?Vais ser penalizado!"
Joana: "Vocês tratam-se bem...O pedro diz que és corpalhuda, tu dizes ao Pedro que ele é um magricela.Valha-me Deus".
- "Eu sou testemunha", afirma o monitor de serviço, que hoje incrivelmente estava na recepção.
Muito interessante, dar toalhas.
Boa tarde, tudo bem.2 toalhas.
Olá, como está.Mais 2 toalhas.
Então, tudo bem?2 toalhas.
Não, poupem-me...básico demais.
Pensa Pedro: "Mas alguém perguntou alguma coisa a este senhor? Agora metem-se assim nas conversas?"
Bom, a separação era óbvia. Pedro para o sitio dos homens, machos, cheios de músculos.Maus, mas que na realidade só aparentam, porque de resto...uma tristeza.Desilusão para qualquer menina.
As senhoras para o sitio dos mexericos, das mamas, das malas, dos shampoos com condicionante, amaciador e tira caspa, dos perfumes e das gorduras.
Qual dos sitios mais deprimente?Não sei!
Pedro é o primeiro a começar o seu treino.10 minutos depois chegam as senhoras.
Pedro: "Então meninas?Tanto tempo?"
Joana: "A culpa não foi minha".
Marisa: "Pronto, ficamos a conversar."
(Que novidade!!)
Começa o treino, passadeira fora. Tão bom ver toda a gente a fazer cara feia. Cansados e a morrer, mas sempre a tentar manter a postura!
Joana: "Onde se liga isto?"
Marisa (já a correr): "Aqui". (e prime o botão)
Joana: "Porra, não sei andar nisto, mil vezes correr no Parque da Cidade.Muito melhor."
Marisa: "Quando fores avisa.Eu vou contigo".
Pedro: "Correr com ela?"
Marisa: "Não!Tirar fotografias".
Joana: "Onde se liga o ar?"
Marisa (a correr): "Aqui, olha". (liga o ar)
Joana:"Prefiro ir correr para o Parque da Cidade."
A dada altura Pedro e Marisa não se contêm e desatam num riso incontido. Constantam que Joana não sabe mesmo andar de passadeira.
Pedro: "Estás aos saltos Joana!"
Joana: "Parece que sim.Eu não sei andar nisto. Tou aqui tou com a cara no chão!"
Alguns minutos depois.
Joana: "Olha pronto. Vou sair daqui.Gosto mais de correr no Parque da Cidade."
Pedro: "Vai vai para outra máquina."
Os exercicios continuam.Marisa acaba por ficar sozinha na sala de cardio.Recusa-se terminantemente a fazer qualquer exercicio na sala de musculação.Horas a queimar seja lá o que for na passadeira e naquelas imitações de bicicletas que não saem do sitio.
Pedro e Joana vão-se divertindo á medida que avançam de máquina em máquina.
Joana: "Para que serve essa Pedro?"
Pedro: "Para isto (e aponta para o músculo). É muito boa esta.Muito boa."
Joana: "Oh está bem, mas serve mesmo para quê?"
Pedro: "Olha, lê aqui as instruções."
Joana: "Parvo!"
Momentos depois
Joana: "Tu não sais dessa máquina Pedro?"
Pedro: "Calma, estou a descansar. E só faço as máquinas que estão no programa."
Joana: "Fogo, nem 10 fazes seguidas."
Pedro: "Estás a contar o número de vezes que faço o exercicio?"
Joana: "Não, estou a contar as minhas e não fizeste mais do que eu."
Pedro: "Olha, vou cometer uma loucura..."
Joana: "O quê??"
Pedro: "Vou experimentar uma máquina que não está no meu programa."(risos)
E com esta boa disposição os 3 colegas continuaram o seu exercicio.
Até Já
Bu
Aqui vão umas dicas para quem vai de férias para o Estrangeiro.
Espero que possam desfrutar de boas férias com este dicionário pois vai ajudar muito se forem para um destes países:
>RUSSO
>Conjunto de árvores: Boshke
>Insecto: Moshka
>Político: Caganopovo
>Defunto: Sefoy Prakova
>Sogra: Sostorva
>ALEMÃO
>Abrir a porta: Destranken
>Não me interessa: Queselich
>Bombardeio: Bombascaen
>Chuva: Gotascaen
>Sogra: Ajjj
>ÁRABE
>Metralhadora: Allavai Abalabalabalabalabala
>Elevador: Alicima Vai
>Necessito um banho: Molhamed
>Sogra: Alvíborah
>CHINÊS
>Cabelo sujo: Chin-Champu
>Descalço: Chin Chinela
>Top-less: Chin-Chut-Yiã
>Náufrago: Chin-Chu-Lancha
>Nudista: Chin-Calcao
>Pobre: Chen Luz, Chen Agua e Chen Gaz
>Veneno: Bai Gon
>Estudante: Xu-Lo-Pai
>Ladrão: Fin-To-Xui
>Politico: Chin-Pan-Ze
>Sogra: Bru-Xa-Feia
>INGLÊS
>Banheira giratoria: Tina Turner
>Indíviduo de bom autocontrole: Auto Stop
>Copie bem: Copyright
>Talco para caminhar: Walkie Talkie
>JAPONÊS
>Adivinhador: Komosabe
>Bêbado: Yochi Tomo Whiski
>Café amargo: Takaro Azukar
>Top Less: Sakare Ateta
>Diarreia: Kagasoagua
>Carro: Kenon Hémoto
>Compre: Adkira
>Terror: Aikimedu
>Fraco: Yono Komo
>Roubaram-me a moto: Yononvejo M'yamaha
>Meia volta: Kasigiro
>Bilhar: Takada Nabola
>Bar: Boti Kin
>Político: Roba Kasitudo
>Se foi: Non-ta
>Acabou a gasolina: Yaminhamoto Nonanda
>Vice-campeão: Kuasi-Ganho
>Ainda tenho sede: Kiro Maisagwa
>WC: Akisicaga
>Fim: Saka-bo
Até Já
Bu
O amor e a paixão apagara-se tão rapidamente como uma vela acesa numa noite tempestuosa...pergunto-me se algum dia valeu a pena resistir a todas as dificuldades. Valeu apena? E as noites acordadas com o pensamento distante em ti?
Se tão somente pudesses voltar a iluminar o meu caminho...se tão simplesmente me pudesses fazer feliz, correria atrás do vento, apanharia bocados de nada se me jurasses voltar, porque nada me faria mais completo, nada mais me seria necessário acrescentar para ser inteiro...porque a minha inteireza sempre dependeu de ti, e eu vivo por ti – queres maior prova de amor?
Palavras ditas ao som de melodias intensas me fazem chorar, porque cada palavra dita era um golpe forte no meu coração, porque cada nota era a recordação do nada, e esse nada ainda hoje me acompanha.
Olho em volta, o vazio preenche-me, a escuridão invade os meus pensamentos, e o que eu quero é esquecer tudo, esquecer que um dia saí para uma luta cuja derrota era inevitável.
Vida nefasta, vida cruel e ingrata, que nada te oferece, porque persistes em viver no meio dela? Na selva que é a sobrevivência, na força má que é a luta pela vida.
Escuta por favor, não deixes que as minhas palavras sejam esquecidas, porque aquilo que tenho para te dizer é importante – são palavras límpidas, cuja voz tremula faz questão de pronunciar em tom menor...é o canto que encanta, e quem a canta encantou-se por ti.
Liberdade? Acção alternada entre o agir e conseguir, o querer fazer e te deixarem fazer...queres a liberdade? Traz-me o amor e dar-te-ei a experimentar essa sensação....
Foges por entre as minhas mãos, corres veloz no percurso mais longo, mais distante, mais escuro.
Perco-me em palavras, perco-me em pensamentos abstractos, perco-me em ti e em mim, fonte de inspiração.
Hoje sim, sinto o vigor da idade, a energia da vida, a senção de respirar é tão boa, e como se o dia acabasse agora, deito-me num vislumbre de pensamentos totalmente codificados. Preciso da chave – sim, a chave para puder abrir este cofre velho, sujo, corrompido pelo tempo.
Leve é o sono que me conduz para o descanso fisico, e emergido em sonhos irreais acordo repetinamente. Ali estás tu, não, não pode ser...é uma imagem perfeita. Toco, nada sinto senão o vazio, ar esse que me dá vida, que me enche de vigor e vitalidade.
Aqui percebo o quão banais são os desejos que tomo por sonhos, as coisas que quero como conquistas, nada valem, estão dispersas, soltas como as nuvens e o mar.
Até Já
Bu
Eu. O ser mais improvável, mais imprevisivel, mais insignificante.
Hoje sinto-me assim, o vazio cerca-me, a ausência de luz emerge em mim.
Quem sou eu? O que faço aqui? A existência tornou-se para mim uma obrigação. Como páro isto?
Tenho dias melhores. Ontem estive bem. Fui invadido por pensamentos positivos, emoções fortes. Ontem sonhei. Ontem sorri.
Hoje? Não quero viver. Importam-se que eu deixe de existir? Certamente ninguém dará por isso...
Não sou feliz, não deixo os outros o ser.
Sinto que não me mereço e que ninguém me merece. Poderei eu inverter os papéis?
Desejo incrivelmente que a cena acabe, o pano desça e eu vá embora, que tudo termine e eu fique em paz. Não, não quero aplausos, sou medíocre e a nulidade preenche-me.
Quisera eu ter tido outra peça, fazer parte de outra história, outra vida, outro corpo.
Hoje já não me compreendo tão bem como ontem, hoje sou outra pessoa, antagónica, profundamente angustiado.
Mil pedaços são poucas peças para me construir, todas as emoções são poucas para me definir, qual tela em branco pronta para dar vida á obra do seu criador. Nunca serei o reflexo desse trabalho criativo.
Sou inacabado, incompleto. Tenho pensamentos irreflectidos e acções intolerantes.
Pergunto-me o que sou eu, de que matéria sou feito, porque nasci e porque ainda aqui estou. Mas que valor tenho eu?
Hoje, como em tantos outros dias quero dormir. Não saio de casa á dias, estou uma lástima. Já não cuido de mim como antes. O espelho não me reconhece, eu não sei quem sou. Não como.
Sento-me, olho para o nada e o tempo não passa, o meu inconsciente não pára de falar.
Mas que inóspito lugar este onde me encontro. Onde estou?
Á dias julgava ser a minha casa, o meu lar, o meu espaço. Hoje não é nada disso.
Hoje é um deserto árido, sem vida, onde ninguém passa, onde ninguém vive.
É neste deserto que me estou a sumir, é aqui que os meus dias vão findar. Nenhuma miragem por aqui.
Ontem saí com os meus amigos, revivi o passado. Cantei!Dancei!Vivi!Sorri!
Ontem não senti tristeza, não chorei nem mergulhei em pensamentos profundos, deixei-me simplesmente levar.
Hoje voltei a alienar-me de tudo o que me rodeia, subi a outra dimensão. Tudo me pareceu pequeno, minúsculo, ínfimo. Tudo sem valor. Eu sem ninguém.
Não sinto o amor, o amor á muito que me deixou de sentir.
Uma voz disse-me: -" Ama, sê feliz."
Eu respondi: -" Diz-me como..."
A voz calou-se e deixou-me só. Se fosse tão fácil como mergulhar no mais calmo oceano. Se fosse tão simples como um olhar. Mas não é.
Estou tenso. O meu corpo contrai-se ritmicamente. Um turbilhão de pensamentos inunda o meu corpo, a minha cabeça.
Todos me tentam ajudar. Mas porque dizem sempre a mesma coisa? Tão inúteis, tão básicos.
Desapareçam, quero estar sozinho. Quero estar apenas comigo. Quero esquecer que estou aqui. Não me quero salvar desta escuridão, porque tentam vocês?
Insistem, persistem. Ontem finalmente conseguiram. Tiveram-me por instantes. E por breves momentos eu os tive. Rapidamente acabou. Desapareci, para nunca mais aparecer.
Hoje não, hoje não há tempo, não há sol. Para onde fui eu? Onde está a vida?
Encontro-me onde o limite acaba, onde o horizonte começa, onde tudo parece tão perto, mas está tão distante.
É aí que eu estou, no limiar da vida, onde a qualquer instante posso cair.
Quero sair daqui.
(Para ti)
Até Já
Bu